22.2 C
Brasil
quinta-feira, junho 1, 2023

Hérnia de disco em cães

Publicidade

Cães de certas raças, como o Dachshund ou o Bulldog Francês, são muito propensos a hérnia de disco desde tenra idade e podem ficar paralisados ​​da noite para o dia. Mas não devemos ter medo, pois, diferentemente das pessoas, os cães paralíticos têm boas chances de voltar a andar com tratamento cirúrgico e de reabilitação adequado.

Neste artigo, explicaremos de maneira muito simples como ocorrem os discos de hérnia, quais sintomas eles podem causar no cão e qual é o tratamento a seguir para que um cão paralítico possa andar novamente.

Publicidade

O que é um disco de hérnia?

Para entender em que consiste um disco de hérnia, precisamos conhecer a anatomia da coluna vertebral do cão. A coluna do cão é composta de vértebras articuladas uma após a outra. Cada vértebra tem um orifício dentro dela, de modo que, na coluna vertebral (organizando uma vértebra atrás da outra), um canal é formado através do qual a medula espinhal corre.

Ventralmente a esse canal, entre as vértebras, estão localizados os discos intervertebrais, cuja função é amortecer os impactos recebidos pela coluna vertebral e permitir a mobilidade entre as vértebras, pois possuem textura gelatinosa.
O disco intervertebral tem uma forma mais ou menos circular e é constituído por um anel fibroso externo e um núcleo pulposo interno. Duas coisas podem acontecer em um disco de hérnia:

Extrusão de disco (Hansen tipo I): o anel fibroso, devido a um processo degenerativo, rompe e o núcleo dentro dele se projeta no canal medular, causando trauma na medula espinhal e causando inflamação e edema. Nas extrusões de disco, os sintomas neurológicos aparecem muito rapidamente.

Protrusão do disco (Hansen tipo II): O disco perde o colágeno com a idade e fica deformado, de modo que pode ter destaque no canal medular e causar compressão mais ou menos séria da medula espinhal. Essa compressão será produzida progressivamente, portanto os sintomas aparecerão gradualmente ao longo do tempo.

Publicidade

Sintomas de hérnia de disco em cães

Dependendo da gravidade da compressão ou lesão sofrida pela medula espinhal, uma série de sintomas aparecerá.

Grau I: Quando houver hérnia de disco, mas não houver compressão da coluna vertebral, o animal sentirá dor na área espinhal afetada, mas não haverá sinais neurológicos, ou seja, será capaz de andar normalmente.

Grau II: quando houver compressão ou leve dano à medula espinhal, seremos confrontados com uma paresia ambulatorial, ou seja, o animal poderá andar, mas com dificuldade. Observaremos uma caminhada descoordenada (ataxia), dificuldades para levantar-se ou até quedas devido à perda de propriocepção.

Grau III: se o grau de compressão ou dano à medula espinhal for mais grave, o animal sofrerá paresia não ambulatorial, ou seja, poderá mover as pernas conscientemente, mas não poderá andar.

Grau IV: se o dano medular for mais profundo, o animal sofrerá uma plegia (paraplegia ou tetraplegia), ou seja, perderá a capacidade de mover seus membros voluntariamente, mas ainda terá sensibilidade neles.

Grau V: Quando ocorrerem danos muito graves na medula espinhal ou nas seções medulares, o animal ficará paraplégico e não sentirá suas extremidades, mesmo que causem dor nelas (perda de dor profunda).

Como é diagnosticada uma hérnia de disco canina?

Os sintomas vão dar ao veterinário pistas suficientes para pensar que é um hérnia de disco, especialmente se os sintomas forem graves.
No entanto, o veterinário fará um exame neurológico para descobrir em que nível da coluna a lesão está localizada. Posteriormente, são realizados testes de imagem na região da coluna vertebral com suspeita de hérnia de disco.

Com a radiografia, às vezes uma diminuição no espaço entre as vértebras pode ser observada se houver um disco de hérnia, mas isso nem sempre é claramente visto. Portanto, a melhor maneira de confirmar o diagnóstico é realizar uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética.

Tratamento para hérnia de disco em cães

O tratamento dos discos de hérnia é estabelecido principalmente em relação aos sinais clínicos, isto é, dependendo da gravidade da lesão medular.

Para cães com hérnia de disco de grau I e II, ou seja, eles são capazes de andar, mesmo que com alguma dificuldade, o tratamento conservador (repouso relativo + medicação + reabilitação) geralmente tenha uma alta taxa de sucesso e a cirurgia não seja necessária.

Nos casos em que o cão não consegue andar sozinho (graus III, IV e V), o tratamento de escolha é a cirurgia para remover o material do disco que está comprimindo a medula espinhal do canal medular. Quanto mais cedo a cirurgia for concluída, maior a probabilidade do cachorro voltar a andar. Após a descompressão, a reabilitação deve começar o mais rápido possível.

Reabilitação de um disco de hérnia

A reabilitação é de vital importância na recuperação de cães com hérnia de disco. Mesmo que a compressão medular seja resolvida cirurgicamente, o cão precisará de reabilitação para obter a recuperação do tecido lesionado e “ensinar” o sistema nervoso a andar novamente.
As seguintes terapias são usadas no processo de reabilitação de um cão com hérnia de disco (não operada ou resolvida cirurgicamente):

Analgesia e regeneração: embora o veterinário geral forneça ao cão um tratamento analgésico e anti-inflamatório (tramadol, gabapentina, meloxicam), o veterinário de reabilitação aplicará uma série de terapias físicas, como lasers, para reduzir a dor e promover a regeneração do tecido nervoso lesionado (a terapia a laser estimula a formação de novas conexões entre neurônios na medula espinhal).

Treinamento locomotor: esta terapia consiste em retreinar a marcha, ou seja, “ensinar” o sistema nervoso a andar. Isso é feito orientando a marcha do cão em uma esteira (terrestre ou subaquática).

Exercícios de propriocepção: a primeira coisa a perder no caso de uma lesão na medula espinhal é a propriocepção. A propriocepção é a capacidade do sistema nervoso de posicionar os membros corretamente ao caminhar. Em cães com hérnia de disco, a propriocepção deve ser treinada diariamente (3 vezes / dia) por meio de exercícios como: colocar o animal em uma estação (de pé sobre as 4 patas) com a ajuda de um apoio ou de nossas mãos; com o cão na estação, arraste as almofadas sobre uma superfície áspera, estimule o reflexo flexor dos membros afetados, beliscando as patas entre os dedos das pernas até que o animal flexione o membro; etc.

Quais raças de cães estão mais predispostas a sofrer de hérnia de disco?

As raças de cães conhecidas como condrodistróficas ( buldogue francês, teckel, basset hound, buldogue inglês etc.) sofrem degeneração muito precoce dos discos intervertebrais. A partir de um ano de idade, seus discos começam a degenerar e isso os torna muito propensos a extrusões de discos devido a um leve trauma na coluna, como um salto do sofá ou uma queda.

As raças não condrodistróficas (principalmente as grandes) sofrerão outro tipo de degeneração dos discos intervertebrais, devido à perda de colágeno por idade. Portanto, essas raças são mais suscetíveis a protrusões de disco entre 8 e 10 anos de idade.

Últimas Postagens

Notícias relacionadas:

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.